1) PRODUÇÃO ANIMAL SUSTENTÁVEL
1.1 – LINHAS TEMÁTICAS RELACIONADAS A MONOGÁSTRICOS
As cadeias produtivas de aves e suínos são bem estabelecidas no Sul do Brasil, cujos sistemas de produção atingem níveis de produtividade comparada ou mesmo superiores aos melhores do mundo. A evolução na área do melhoramento genético, manejo nutricional, sanitário e gestão da produção foram determinantes para chegar aos índices zootécnicos que se obtêm nos rebanhos. Outro fator importante de mercado, com impacto social, é que as unidades de produção estão aumentando de tamanho de forma muito significativa, ao passo que o número de produtores tem diminuído. O número de aves alojadas (corte e postura) tem crescido constantemente na última década, enquanto o plantel de suínos tem se mantido estável em termos de matrizes alojadas, embora se registre aumento dos índices de produtividade. O mercado de aves e suínos caracteriza-se pela especialização, ou seja, profissionais normalmente com atuação em uma atividade específica, por exemplo, genética, nutrição, reprodução, sanidade, etc. Os dois setores são altamente competitivos, exigindo constante atualização dos profissionais que atuam nesses segmentos, com vistas a manter e melhorar os índices de produtividade, bem como o padrão sanitário dos rebanhos.
1.2 – LINHAS TEMÁTICAS RELACIONADAS À PRODUÇÃO SUSTENTÁVEL DE AVES E SUÍNOS ENGLOBAM:
Alternativas de tratamento de dejetos focado para a sustentabilidade ambiental; Eficiência reprodutiva dos rebanhos; Caracterização econômica dos sistemas de produção de suínos; Metodologias de inseminação artificial, inseminação artificial em tempo fixo e otimização do uso de reprodutores; Otimização do uso de centrais de difusão genética; Alternativas de manejo relacionadas ao bem-estar animal; Climatização de instalações; Estudos relacionados à nutrição e alimentação nas diferentes categorias; Uso de aditivos na nutrição animal; Estudos de metanálise e modelagem matemática relacionada à nutrição animal; Procedimentos de boas práticas de produção para a cadeia produtiva de ovos e frangos com enfoque na garantia da qualidade e benefícios de consumo; Pesquisas sobre o melhor manejo quanto a programas de luz, reciclagem de materiais, uso da cama de aviário, sustentabilidade econômica, educação e preservação ambiental e qualidade da água para a cadeia avícola; Alternativas de manejo que preservem o bem-estar animal em plantéis de poedeiras comerciais e recomendações de boas práticas no manejo de frangos; Uso das matérias-primas residuais (óleos de frangos, graxa suína e sebo bovino) para a produção de biodiesel, como alternativa de fonte de energia renovável; Suplementação de diferentes enzimas na dieta; Micotoxinas e micotoxicoses.
1.3 – LINHAS TEMÁTICAS RELACIONADAS À AQUICULTURA, RECURSOS HÍDRICOS E PESQUEIROS
A exploração indiscriminada dos estoques pesqueiros aumentou consideravelmente a pressão sobre os bancos naturais, diminuindo significativamente a disponibilidade de várias espécies. Assim, na área de produção aquícola, o desenvolvimento de novas tecnologias pode tornar a aquicultura uma das alternativas viáveis para suprir a demanda por pescado. A piscicultura continental tem crescido anualmente em todo o território catarinense, propiciando o desenvolvimento de novos negócios com a construção de várias unidades de beneficiamento com inspeção estadual e municipal.
2) SANIDADE ANIMAL
2.1 – LINHAS TEMÁTICAS RELACIONADAS A MONOGÁSTRICOS
A linha de pesquisa foca no conceito de saúde única, que engloba a saúde animal e as questões relacionadas à saúde pública. Dentre as áreas de atuação do Doutorado Profissional em Produção e Sanidade Animal (PPGPSA), voltado especialmente para médicos veterinários, estão as pesquisas relacionadas à etiologia, patogenia, epidemiologia e ao diagnóstico laboratorial de doenças transmissíveis e não transmissíveis de animais.
A prática clínica em grandes animais possui imenso apelo social e econômico para Santa Catarina. Com o controle eficaz de suas barreiras sanitárias, Santa Catarina possui o status de área livre de febre aftosa sem vacinação, sendo benéfico para o setor produtivo como um todo.
Os principais temas relacionados a monogástricos englobam: Alternativas de diagnósticos mais eficazes, estudos da patogenia, epidemiologia e alternativas de controle de agentes infecciosos; Controle de Salmonella spp. e demais doenças transmitidas por alimentos (DTA) importantes na segurança sanitária de produtos cárneos; Estruturação de programa de vigilância epidemiológica e manejo populacional; Desenvolvimento de sistemas de produção com utilização mínima de antimicrobianos; Desenvolvimento e execução de projetos objetivando o desenvolvimento ou a padronização de técnicas de diagnóstico, bem como o isolamento e caracterização de agentes microbianos; Condenações de carcaça no frigorífico; Critérios de inspeção através da análise de risco; Mitigar as perdas de qualidade das carcaças e condenações de abatedouro; Programas sanitários estratégicos; Doenças emergentes, vigilância sanitária, diagnóstico e mitigação de riscos; Desenvolvimento de veículos e formas de aplicação de fármacos; Desenvolvimento de novos produtos (imunobiológicos) que auxiliem no controle de enfermidades (vacinas) ou que possam ser utilizados na detecção de patógenos; Padronização e desenvolvimento de ensaios de detecção de agentes.
2.2 – LINHAS TEMÁTICAS RELACIONADAS A SANIDADE EM AQUICULTURA
A falta de manejo sanitário eficiente, bem como as altas densidades, mão-de-obra sem qualificação, manipulação inadequada, deficiências nutricionais e baixa qualidade da água podem comprometer a produtividade e o desempenho dos sistemas de produção. Deste modo, os projetos do PPGPSA visam manter a condição sanitária adequada dos animais de cultivo através da implantação de programas sanitários, do conhecimento e identificação das principais patologias e parasitoses que podem afetar os organismos cultivados, de estudos voltados aos aspectos nutricionais destes organismos, assim como do desenvolvimento de produtos, processos e sistemas de produção capazes de incrementar a sanidade e produtividade da aquicultura do estado. Adicionalmente, os projetos da área de sanidade aquícola visam elucidar a relação intrínseca dos organismos aquáticos com a microbiota associada, benéfica ou patogênica, bem como compreender o papel do sistema imune inato e adaptativo destes animais no “cross-talk” entre hospedeiro e microrganismos.
2.3 – LINHAS TEMÁTICAS RELACIONADAS A SANIDADE DE RUMINANTES E SILVESTRES
Distúrbios que afetam os bovinos envolvem transtornos reprodutivos, como a brucelose, neosporose, bem como metabólicos quando o desequilíbrio do balanço energético reflete na redução da produção leiteira, e nas acidoses metabólicas e deslocamento de abomaso no pós-parto. Outras áreas de atuação do curso serão: Diagnóstico de enfermidades virais e bacterianas, tais como, clostridiose, leptospirose, rinotraqueíte infecciosa bovina, diarréia viral bovina, leucose, etc.; Tristeza Parasitária Bovina (TPB); Fasciolose; Aprimoramento de protocolos vacinais; Qualidade de leite.
Nesta linha estão também os trabalhos com animais silvestres, especialmente, a epidemiologia e diagnóstico de doenças emergentes e reemergentes, com impacto na saúde animal e pública.